Publicado em 20 de junho de 2012
No Jornal TAPERÁ
Jovem fala sobre as dificuldades de um cadeirante
Estudante de jornalismo fala sobre as dificuldades da vida de uma jovem cadeirante, em Itu
Jovem Gabriela concedeu entrevista especial à nossa coluna |
“A acessibilidade tem sido uma preocupação constante nas últimas décadas. Assim, cada vez mais, a inclusão está presente na nossa sociedade e, mesmo assim, o preconceito ainda existe entre a maioria da população."
A jovem Gabriela Bueno Guerra, 19 anos, estudante e moradora da cidade de Itu/SP, é portadora de paralisia cerebral espástica.
FG: Quais são as dificuldades que você enfrenta para ter lazer?
Gabriela: A minha dificuldade é maior pela falta de estruturas nos lugares que quero frequentar como: bares, restaurantes, museus e igrejas.
FG: E quais são as dificuldades que você enfrenta para circular em Itu?
Gabriela: São inúmeras, pois a cidade não está preparada para deficientes. Não consigo me locomover no centro em função das calçadas serem estreitas, com declives, postes no meio da calçada e em alguns casos esburacadas. Além disso, não há guias rebaixadas para atravessar de um lado para outro da rua.
FG: Qual o pior lugar para cadeirantes irem?
Gabriela: O centro de Itu. Lá a falta de estrutura é muito maior.
FG: Qual o maior problema enfrentado no seu dia a dia?
Gabriela: O maior problema que enfrento com as pessoas é o preconceito e a falta de sensibilidade das pessoas, de pessoas com necessidades especiais serem vistas como incapazes. O preconceito aliado à falta de informação é o maior problema e, por mais que as mudanças estruturais ocorram, não ajudarão em nada se as pessoas não mudarem.
FG: Quais ações que você poderia indicar para melhoria da acessibilidade na cidade?
Gabriela: Antes de mais nada, que a lei voltada aos portadores de necessidades especiais fosse cumprida 100% e, acima de tudo, fiscalizada, como as vagas reservadas para portadores de necessidades especiais e idosos nos shoppings, que não são respeitadas, principalmente aos finais de semana.
FG: Quais melhorias podem ser feitas na cidade de Itu em relação às calçadas do comércio da Rua Floriano Peixoto, em igrejas e praças também?
Gabriela: Poderiam ser feitas rampas de acesso, guias rebaixadas, banheiros adaptados, calçadas planas, vagas para carros usadas somente pelos deficientes, além de maior fiscalização com aplicação de severas multas para quem infringir esses direitos.