Depois de lançar o inovador e veloz projeto DGR, brasileiro palestrou sobre tecnologia na sede da Google, antes de ir para a pista orientar sua equipe
Lucas Di Grassi é cada vez mais uma referência sobre tecnologia dentro e fora do universo do esporte a motor e da mobilidade. Nesta quinta-feira (3), o campeão mundial de Fórmula E palestrou sobre tecnologia aplicada a estas áreas durante um evento na sede da Google, em São Paulo. A seguir, foi para o autódromo para reuniões com a equipe Lola ABT Yamaha, em preparativos para a abertura do Campeonato Mundial, que acontece neste sábado, na pista montada na região do Sambódromo do Anhembi.

Di Grassi em ação na temporada de estreia da Lola no Mundial
(Lola Cars)
Há duas semanas Lucas apresentou o DGR, projeto desenvolvido por ele com apoio da icônica fabricante Lola Cars, cujo objetivo é colocar em um mesmo carro de corridas a tecnologia disponível e mais avançada para um veículo de competição. O projeto chama a atenção pela racionalidade na aplicação de tecnologia e também pela visão do brasileiro. O resultado é um carro que nas simulações foi 4,3 segundos mais veloz e dez vezes mais eficiente do que os F-1 em Mônaco.
Inteligência artificial nas corridas – Finalizado o projeto DGR, paralelamente ao desenvolvimento do atual Fórmula E Lucas trabalha em outras aplicações que podem mudar o esporte a motor. Na palestra que concedeu nesta quinta-feira, Di Grassi falou sobre o projeto de inteligência artificial que ele está desenvolvendo em conjunto com a Lola. A premissa é que a IA utilize todas as qualidades e deficiências de um determinado piloto e as aplique em simulações computacionais para atingir ao máximo desempenho que aquele competidor poderá chegar no traçado.
Com isso, o piloto passará a ter um objetivo para perseguir: chegar aos resultados apresentados pela IA, que utilizou dados do próprio competidor como parâmetros. “A inteligência artificial pode simular mil voltas sem parar, o que é impossível para um humano, e com isso desenvolver o potencial máximo daquele piloto especificamente. Essa é uma das aplicações desse projeto”, explicou.
Fim de uma geração – O campeonato que se inicia neste sábado será o último disputada pelo GEN3, terceira geração dos carros elétricos da Fórmula E. A partir de 2027, a GEN4 entrará na pista, trazendo avanços que farão os monopostos do Mundial obterem voltas que os colocará entre os também velozes F-2 e F-1.
“Vamos desenvolver a nova geração em paralelo com a disputa da temporada 2025/2026. Será bastante trabalho para todas as equipes, mas o resultado será muito bom, com carros desenvolvendo mais de 800cv e muita downforce, tornando-se muito velozes e eficientes”, explicou Di Grassi. Com o novo carro, a categoria espera manter o nível de competitividade atingido pelo modelo atual: “Nos testes que fizemos em Valência (Espanha), usando ainda o GEN3, tivemos os 20 carros separados por apenas oito décimos de segundo. É um índice espetacular”, observou o piloto brasileiro.
A corrida em São Paulo – Uma das batalhas vencidas pelo brasileiro, que lutou para trazer o Mundial ao Brasil, a etapa deste final de semana será a quarta corrida disputada no circuito de rua paulistano desde a estreia, em 2023. Com 2.933 metros de extensão e onze curvas, a pista é uma das mais rápidas do calendário do Mundial e costuma oferecer grandes disputas do começo ao final da corrida. “Para o piloto e a equipe, o traçado combina velocidade e muitas oportunidades de ultrapassagem com o desafio de gerenciar a energia e a temperatura da bateria – nossas corridas aqui sempre acontecem sob forte calor”, destaca Lucas.
Por ser um traçado de rua, o circuito apresenta ondulações que, combinadas com a alta velocidade e as fortes frenagens, exigem cuidado extremo dos pilotos. “Pistas de rua são sempre mais perigosas do que autódromos. Aqui, as ultrapassagens costumam acontecer nas curvas 1, 4 e 7. Mas as longas retas também são pontos importantes. Como regra, temos sempre corridas muito disputadas – certamente estão entre as mais emocionantes do ano”, pontua Di Grassi.
Na temporada 2025/206, Lucas terá novamente como seu parceiro o jovem barbadiano Zane Maloney. As atividades da Fórmula E em São Paulo começam com um treino livre nesta sexta-feira, a partir das 16h30. No sábado, os pilotos farão mais um treino, às 7h30, seguido pela sessão que definirá o grid, a partir das 9h40, com a corrida largando para 30 voltas às 14h05.






















